Que o William Faulkner me perdoe pela apropriação.
Culpa do destino que plantou seu livro no meu caminho - duas vezes.
Palmeiras Selvagens
Há uma Palmeira Selvagem na frente de minha casa
Que me serve de descanso quando tudo quebra e torce
E nenhuma música agrada meus ouvidos treinados
Para não se sentirem confortáveis com os barulhos das máquinas
Que corromperam o silêncio do mundo.
A janela do meu quarto enquadra a Palmeira Selvagem
Da meia-altura de seu torço ao fim do mais alto de seus galhos
Que me servem de aposta durante as tempestades de verão,
Pois digo que nunca os verei torcer ou quebrar e os chamarei,
Por artifício da inveja, de meus braços.
Mas hoje foi um dia de Sol e me sentei á minha varanda
Observando a solene firmeza da Palmeira Selvagem que balançava
Acenando-me a melodia que puxa da Terra e dela se alimenta
Para amanhã não se surpreender com os ventos do Norte e com a Chuva
Que a corta fundo, talhando minhas digitais.
E quando volta o furacão e a Palmeira Selvagem balança,
Volta-me o medo bobo do fim das Eras das Palmeiras Selvagens,
Portanto corro para segurar meus espelhos que convulsionam calados,
Corro para pegar meu estandarte todo branco recém confeccionado,
E planto meus pés fundo no meu jardim.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário