quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Canção do Mar

Eu era o Mar
E sequei.

Um dia fui a Turbulência Índigo;
Hoje sou uma sobra cuspida
- numa alma rota -
De um redemoinho

Que pintei dourado
Com meu pincel
- que hoje me é fantasma -

Mantenho-no pendurado à janela
Manchando a Palmeira
- a das minhas raízes -
Apodrecendo-a com a tinta preta
Que ja foi meu sangue

Meu maltratado sangue seco
Agora é história,

Está nos livros, está nos cadernos,
Está na terra em que me descontruí
Continuamente

Ao me esquivar do Mundo,
Cortar minhas asas
E meus Dedos,

E perder a Essência

...

Veja, Eu era o Mar
E Sequei

Agora tudo é disforme Sal,
Como daqueles
Que olham para trás
Turbu(-)lentamente.