sábado, 22 de novembro de 2008

Canção do Desespero

É a mesma canção
Os mesmo versos,
As mesmas dores e rimas.

Fiz novamente
Mesmo quando nada apontava,
Tudo conspirava, não é?

Ah, se meus olhos me respondessem mais
Ou minha boca me ouvisse mais

Meus fractais não seriam tão caóticos,
Minha bolha se dissolveria
No nada que almejo
Desde o dia 1.

A mesma canção, Joni,
A mesma canção.

Traga-me a guitarra espanhola
E o Vinho,
Joni, traga-me o Mundo,
Pois, quem sabe,
Também poderei ser do Mundo,
Azul como o Mundo,
Ter a o Verde que o Mundo tem

Sem precisar queimá-lo
Ao som das mesmas canções,
Nem precisar escrever-lhes
Os meus tortos velhos versos
Contando minhas repetidas dores
Sem saber nem mais rimar.


quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Sonhos

É uma pena quando morre um sonho
- Morre uma fada,
- Um unicórnio ou um gnomo -
Pelo menos os que povoavam meus sonhos
Os que teimam em morrer

E me deixar seco que nem cascalho velho,
Como os das terras que habitavam as flores,
as que coloriam meus sonhos;

Mas agora não tenho sonhos nem flores;
Morreu meu sonho e murcharam minhas flores;

Delas não sobrou nem o perfume pueril,
Um de doces lembranças
Como os da minha caixa de infância

A minha caixa cheia de reminiscências
Que guardo debaixo da cama
A salvo do comedor de sonhos
Que dorme sobre ela

Sobre a minha cama ele tempera sonhos
Com ilusões que teimam a me enganar,

Umas ilusões quase-pútridas,
Uns sonhos quase-podres,
Futuramente mortos...

Esses sonhos-derrota,
Essa não-ação...

Mas os guardo,
Mesmo esses sonhos que me matam,
Pois, melhor morte é essa
Do que a de definhar de razão.