quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Sonhos

É uma pena quando morre um sonho
- Morre uma fada,
- Um unicórnio ou um gnomo -
Pelo menos os que povoavam meus sonhos
Os que teimam em morrer

E me deixar seco que nem cascalho velho,
Como os das terras que habitavam as flores,
as que coloriam meus sonhos;

Mas agora não tenho sonhos nem flores;
Morreu meu sonho e murcharam minhas flores;

Delas não sobrou nem o perfume pueril,
Um de doces lembranças
Como os da minha caixa de infância

A minha caixa cheia de reminiscências
Que guardo debaixo da cama
A salvo do comedor de sonhos
Que dorme sobre ela

Sobre a minha cama ele tempera sonhos
Com ilusões que teimam a me enganar,

Umas ilusões quase-pútridas,
Uns sonhos quase-podres,
Futuramente mortos...

Esses sonhos-derrota,
Essa não-ação...

Mas os guardo,
Mesmo esses sonhos que me matam,
Pois, melhor morte é essa
Do que a de definhar de razão.

Nenhum comentário: