Eu era o Mar
E sequei.
Um dia fui a Turbulência Índigo;
Hoje sou uma sobra cuspida
- numa alma rota -
De um redemoinho
Que pintei dourado
Com meu pincel
- que hoje me é fantasma -
Mantenho-no pendurado à janela
Manchando a Palmeira
- a das minhas raízes -
Apodrecendo-a com a tinta preta
Que ja foi meu sangue
Meu maltratado sangue seco
Agora é história,
Está nos livros, está nos cadernos,
Está na terra em que me descontruí
Continuamente
Ao me esquivar do Mundo,
Cortar minhas asas
E meus Dedos,
E perder a Essência
...
Veja, Eu era o Mar
E Sequei
Agora tudo é disforme Sal,
Como daqueles
Que olham para trás
Turbu(-)lentamente.